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Filosofia da Loucura
Cleberson Eduardo Da Costa
Filosofia da Loucura
Cleberson Eduardo Da Costa
IQuando se fala do homem em termos da formação estrutural da sua personalidade clínica ou psicopatológica (psicose, neurose e perversão), dados os relevantes e recentes estudos da antropologia, em especial a filosófica, descobre-se que: 1-Qualquer cultura, em síntese, é apenas uma das muitas ou diferentes lentes através da qual determinado indivíduo vê e se relaciona com o mundo; 2-As diferentes culturas são apenas diferentes opiniões, símbolos ou visões de mundo, corporificadas em modos diferentes de ser, de ver, de sentir, de dizer, de pensar e de existir; 3-As diferentes culturas trazem em si as suas mais radicais, absurdas ou ditas inconcebíveis ideias de verdade ou normalidade quando comparadas e/ou confrontadas umas às outras. IIA tentativa de uma globalização cultural, ou padronização de normas, valores e costumes, aos moldes da econômica, fracassou ou não tem tido o mesmo êxito. Ou seja, vemos um mundo hoje de regresso a nacionalismos e a formas xenófobas de existir e lidar com os diferentes e/ou as diferenças. Nesse sentido, frise-se: "A questão entre "psicopatologia versus normalidade" hoje não é e/ou não tem sido apenas de grau, como pensaram Freud e Lacan, mas também cultural, ética e/ou de valores." Ou seja, indivíduos pertencentes a uma determinada cultura ou grupo, dado o caráter etnocêntrico e xenófobo das culturas, podem considerar loucos ou psicopatológicos os de outros se comparados a si. Pense-se, por exemplo, nas guerras fundamentadas em diferentes concepções político-econômicas, morais ou religiosas; nos diferentes tipos de apartheids; nas diferentes formas de xenofobia; nos diferentes modos de desrespeito às diferenças; nas diferentes formas de se perceber ou encarar a vida de indivíduos que vivem em nichos culturais e socioeconômicos diferentes; nas formas machistas de muitos homens, no mundo, tratarem as mulheres; nas diferentes formas, muitas vezes deturpadas, de muitos homens praticarem o que chamam de guerra-santa, etc. Hoje, alvorecer do século XXI, pode-se dizer que o que (na maioria das vezes) tem acarretado desestrutura nas personalidades ou psicopatologias, muito além dos fatores ditos genéticos ou orgânicos, são aqueles oriundos: 1-De choques culturais; 2-De extremas desigualdades socioeconômicas; 3-De competições e/ou comparações hierarquizadas entre indivíduos diferentes; 4-De ideologias que pregam a meritocracia e o individualismo; 5-De xenofobias ou de desrespeitos às diferenças e/ou aos diferentes; 6-De ideias radicais ou ortodoxas que migram para a psique dos indivíduos como se fossem deles, como se fossem verdades absolutas, possuindo-os, dando-os a ilusão de serem os possuidores delas e/ou de estarem hiper-conscientes. IIINesse trabalho, sendo assim: 1-Problematizar-se-ão as diferentes estruturas clínicas ou psicopatológicas da personalidade (psicose, neurose e perversão); e, na mesma via, sob a égide de axiomas da fenomenologia e das filosofias antropológica e existencial-humanista: 2-Esboçar-se-ão visões críticas às ideias tecnicistas e/ou organicistas (homem-máquina) há tempos pré-concebidas e sistematizadas como parâmetros ditos de normalidade. O autor
Media | Books Paperback Book (Book with soft cover and glued back) |
Released | May 20, 2017 |
ISBN13 | 9781546833673 |
Publishers | Createspace Independent Publishing Platf |
Pages | 146 |
Dimensions | 152 × 229 × 8 mm · 204 g |
Language | Portuguese |
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